Acusado de atirar em mulher usada como escudo é condenado a 26 anos de prisão

Aconteceu na tarde desta terça-feira (25) o julgamento pelo Tribunal do Júri da Comarca de Patos de Minas do jovem Carlos Antônio Alves Fernandes, de 22 anos. Ele foi acusado pelo Ministério Público por tentativa de homicídio contra três pessoas e por matar uma mulher que, em meio aos tiros, foi feita de escudo por uma das vítimas de tentativa. Carlos foi condenado a 26 anos de prisão pelos quatro crimes e a defesa dele vai recorrer da sentença.

Os crimes aconteceram no dia 25 de julho de 2012. Juntamente com Carlos Antônio outros três homens também são acusados, mas por terem recorrido o processo foi desmembrado, sendo Carlos o primeiro a ser julgado.

De acordo com os autos do processo, Carlos e os comparsas moravam no Bairro Nossa Senhora Aparecida e estavam frequentemente envolvidos em crimes, principalmente naqueles conexos ao tráfico de entorpecentes. Por esse motivo estavam em desacordo com Johnathan Dias Ribeiro, Diule Higor Mauro da Silva e Fernando de Andrade Carvalho, que foram vítimas de tentativa de homicídio naquela manhã de 25 de julho.

Naquele dia os quatro comparsas se dirigiram fortemente armados e montados em motocicletas até a casa de cada um dos desafetos, com o intuito de mata-los. Primeiro eles buscaram por Johnathan, que diante dos disparos de arma de fogo fugiu pelas casas vizinhas juntamente com um amigo que o acompanhava. Durante a fuga o amigo foi atingido na mão direita e Johnathan não ficou ferido. Em seguida os criminosos foram atrás de Diule Higor, que também conseguiu fugir dos atacantes sem ser ferido. Não satisfeitos os quatro jovens seguiram de moto até a residência de Fernando, que estava em via pública e fugiu correndo assim que viu os desafetos se aproximarem. Sem se preocupar com todas as pessoas que transitavam pelo local, os agressores dispararam diversas vezes e para esquivar-se dos tiros, Fernando se escondeu atrás de uma mulher que estava na rua e nada tinha a ver com a história. Marilene Vieira Martins, de 39 anos, estava levando comida para o filho e foi atingida na cabeça e no abdômen. Ela morreu no local e os criminosos fugiram.

O conselho de sentença do Tribunal do Júri considerou Carlos culpado pelas três tentativas de homicídio e pelo homicídio qualificado.  O presidente do Plenário do Júri, Dr. Vinícius de Ávila Leite, aplicou a pena de 26 anos ao acusado. Pelas tentativas contra Johnatan e contra Fernando ele foi condenado a quatro anos de cada. Por tentar contra a vida de Diule Higor recebeu sentença de seis anos de prisão. E a pena por matar Marilene foi de doze anos.

Para o promotor de justiça Lucas Romão a pena aplicada a Carlos era esperada pela acusação, uma vez que os autores agiram com frieza, impulsionados por motivo torpe e dificultaram a defesa das vítimas. O promotor disse que a acusação não vai recorrer da sentença e que acredita que a pena alta aplicada a Carlos deve coibir a prática criminosa nos bairros da parte baixa da cidade. 

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Texto: Igor Nunes

Fotos: Toninho Cury