Reunião tenta solucionar problemas com moradores de rua em Patos de Minas

Na manhã desta sexta-feira (03), ocorreu uma reunião na sede do CREAS para tentar solucionar os problemas com os moradores de rua de Patos de Minas. A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social afirma que são cerca de 30 moradores de rua e desmente informação de 150 divulgada por um veículo de comunicação local.

A reunião contou com a presença do coordenador do CREAS, do Secretário Municipal do Desenvolvimento Social, de representantes dos moradores de ruas, de policiais militares, de assistentes sociais e de dependentes químicos.

Eurípedes Donizeti Oliveira, Secretário Municipal do Desenvolvimento Social afirma que o número de pessoas em situação não ultrapassa trinta e que são as mesmas pessoas de sempre. Além dos moradores de rua, Eurípedes ressalta também a presença de vendedores ambulantes ao longo da Rua Major Gote, que estão constantemente indo e vindo.

O secretário pede ajuda da população e informa que o trabalho vem sendo feito em parceria do Ministério Público e com os conselhos municipais de assistência à criança e adolescente e antidrogas. “Não queremos transferir a responsabilidade para a sociedade, mas pedimos para que as pessoas não facilitem, não dê esmolas e encaminhem os moradores de rua para assistência social. Estamos situados ao lado do Lions, na Rua Dona Luiza, 840, quase esquina com a Rua Amazonas.”

Wilson Papala viveu nas ruas por oito anos e meio e conseguiu recuperar-se. Atualmente ele integra diversos projetos sociais, dentre eles o “Amor Exigente”, que efetua reuniões semanais com dependentes químicos. Ele acredita que a mudança da situação vem através do diálogo e aponta que a condição dos moradores de rua, na maioria das vezes está diretamente ligada ao vício de álcool e drogas.

Familiarizado com a situação dos pedintes e mendigos, Wilson afirma que Patos de Minas conta com cerca de 30 moradores de rua. “Para afirmar que existem 150, no mínimo, multiplicaram por cinco, o que não passa de uma fantasia. Existem pessoas que possuem residência fixa e que passam três ou quatro dias na rua, no uso obsessivo de álcool e drogas. Eles não se configuram como moradores de rua, pois possuem residência e estão na rua por opção”, observa.

O capitão Sócrates da Polícia Militar ressalta que a maior concentração de mendigos encontra-se no entorno do terminal rodoviário e que constantemente são efetuadas abordagens policiais no local. Apenas nos meses de janeiro e fevereiro de 2017 foram presos onze moradores de rua, sendo que alguns deles possuíam mandados de prisão em aberto.

Fernando Diniz, ex-presidente do Conselho Municipal de Segurança Pública (Consep) e morador do Bairro Lagoa Grande, onde está concentrada a maior parte dos mendigos da cidade, afirma que diversas investidas da Polícia Militar e do conselho foram realizadas se êxito na região.

“Diversas pessoas que utilizam diariamente os caixas eletrônicos e casa lotérica no terminal rodoviário estão sempre expostas ao vasto número de pedintes e a insegurança que alguns provocam. Quando irão autoridades realizar um trabalho contínuo de segurança na rodoviária, galpão do produtor e no entorno da Lagoa Grande? Até hoje o que vimos foram iniciativas sem manutenção, ou seja, que iniciaram e não tiveram continuidade, aliás, prática essa que já é cultura em muitos casos nesse país onde o imediatismo é ovacionado e o trabalho a longo prazo é quase considerado ofensa”, cobrou Diniz.