PC e MP investigam se houve negligência no caso do feto entregue à mãe

A Polícia Civil e o Ministério Público de Minas Gerais investigam o caso de uma jovem que teve um aborto espontâneo em Ituiutaba e recebeu o feto, de 5 meses de gestação, para levar para casa em uma vasilha de paçoca. As investigações se dão no sentido de apurar se houve negligência por parte do Hospital São José.

A própria instituição reconheceu que “houve um equívoco ao entregar o feto para a mãe e que a destinação para exames laboratoriais deveria ter sido feita pelo próprio hospital”.

Daniela Muniz, de 21 anos, teve sangramento e dores abdominais no dia 8 de novembro. Foi internada e sofreu um aborto espontâneo de feto e placenta. Ao acionar a enfermeira, ela conta que a profissional colocou o feto em um pote de paçoca contendo um líquido branco e levou. Ao receber alta, ela recebeu o pote com o filho sem qualquer orientação verbal e um papel com pedido de exame do feto + placenta.

“Eu fui com um pano no meio da perna e chamei a enfermeira, porque ela estava deitada, duas enfermeiras estavam deitadas, ela levantou e já foi me acudir. Ela veio com uma vasilha de paçoca com um líquido branco, eu não sei o que era aquele líquido. Ela pegou o meu neném com uma sacolinha na mão, colocou na vasilha e levou pra lá. Depois voltou com a vasilha tampada e só uma fita crepe segurando”, disse Daniela.

Juntamente com o feto, Daniela recebeu um pedido de exame anatomopatológico do feto e placenta. Mas a paciente questiona ainda a informação constante no documento: “data da cirurgia: 09/11/2018″, sendo que ela não foi submetida a qualquer procedimento cirúrgico. “E eu vim com o feto de lá pra cá e não sabia o que fazer”, afirma.

Daniela e o marido afirmam que após a alta, o recipiente foi entregue sem qualquer orientação. Ela e o marido ficaram por 7h com o feto sobre um móvel na sala sem saber o que fazer. O pai conta que tentou enterrar o feto, procurando o cemitério da cidade.

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